domingo, 13 de outubro de 2013
Madalena o meu peito lhe percebeu.
Madalena, uma grande menina, nunca vi, tanto fala, tanto anda, tanto ama, e nunca sofre, fico angustiado querendo saber qual é o segredo que ela tanto esconde para seu não-sofrer. Eu que já consultei astros, ciganas, mandingas, mães de santo, candomblé, cartas e nada e ninguém resolveu o meu problema. Vou sequestrar Madalena para aprender tal preceito, não ando sustentando as colunas que me erguem. Ela faz mágica pra não chorar e dor não sente, ódio não vê e não lhe toca, o que acontece com Madalena? Será que não vive. Aparenta não ser real, ser desenho, ser pintura, ser arte pura, o que antecede Madalena? Aparenta surgir ao nada. Não vem com odores ruins, não leva a preguiça, não tem sangue quente. Sempre calma, doce e veloz. O que é Madalena? Miragem, invenção? Me ensina a ter o seu dom, não aguento levar surras e ter que continuar a sorrir sem ao menos chorar. Madalena somente ela consegue essa proeza. De onde vem, que segredo guarda? Não é natural viver como ela. Tem sempre um sorriso e uma palavra amiga, será que é um anjo? Ou um demônio? O meu peito tão massacrado não consegue se restituir. Madalena o faz, sem muito esforço, ela não caí, não se machuca. Será Madalena imortal? Será Madalena um ser irreal? Sua mãe partiria, Madalena que era sozinha, padeceu o necessário, logo se refez. Órfã, não casada, não mãe, não pai, não tia. Nenhuma amiga. Sem irmãos. Madalena sofre sozinha no quarto? Na noite ela chora? Dizem que não. Não tem homem. Comparado ao pranto meu, Madalena, você é Deus. Você é Deus? Alá. Ela é uma deusa enraizada na antiga tribo filipina das moças virgens fortes? Madalena logo o sol vai se desesperar se você não se desesperar. Acorda. Não dorme? Vou me esconder atrás da serra, não sou Madalena.
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